segunda-feira, 10 de setembro de 2012

defesa de dissertação

era pra ter iniciado 8:30 desta segunda-feira, mas com o trânsito intenso de vai-e-vem no centro da cidade, acabei me atrasando pra apanhar no hotel minha querida amiga profa. dra. tânia ramos, da ufsc; a idéia era chegarmos em torno de 8:15 na universidade, mas começamos por volta das 9 da manhã. que bom que a outra componente da banca, minha colega profa. dra. luciana coronel, já estava lá acompanhando gracieli de brida, que agora já é mestre com aprovação conceito "a" por unanimidade; a dissertação? título: o filho eterno, de cristóvão tezza, e as marcas autobiográficas. poucas vezes vi num aluno tanta determinação, disciplina, boa-vontade, desejo de conhecer. fiquei muito feliz com o resultado por vários motivos, e um deles é que é sempre uma maravilha quando a gente alcança, como orientadora, o crescimento intelectual do orientando. graci ainda tem muito caminho a percorrer, mas já é uma pesquisadora. é nesses momentos de "dever cumprido" que a gente sente a imensa importância e a grande responsabilidade de um programa de pós-graduação em letras. afinal, ensinar os alunos a pensar o homem através da sua representação pela literatura não é pouca coisa. parabéns graci! e muito obrigada às minhas colegas de banca que generosamente contribuíram para o sucesso de mais uma defesa no programa de pós-graduação em letras - mestrado e doutorado em história da literatura.  

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

assembléia e a greve

quarta-feira, dia 05, 14 horas, depois de tantos e tantos dias em greve, TALVEZ, uma assembléia em que a idéia de fim de greve possa ser ouvida e considerada. então, companheiro!, a luta continua...

AUTOBIOGRAFIAS PODEM SER CONSIDERADAS LITERATURA?


[este ensaio foi escrito como conferência para o Simpósio Internacional Brasil 500 anos, na Unb, 2000, e publicado nos anais]


            O gênero autobiográfico ainda é alvo de restrições. Geralmente é reduzido à etiqueta de peça documental, fato que o restringe ao âmbito da historiografia e não ao da literatura. Ocorre que a crítica brasileira, na grande maioria das vezes, tem olvidado a essência das escritas autobiográficas, qual seja a formação de um discurso híbrido, que se realiza a partir de um espaço intervalar entre a historiografia e a ficcionalidade. A Literatura Brasileira, como instituição que propõe um cânone que a represente, não leva em consideração uma série de elementos constituidores do gênero autobiográfico e, sintomaticamente, exclui os textos sob a chancela da autobiografia. Entretanto, na contramão desse posicionamento restritivo, a própria Literatura se encarrega de fornecer respaldo para que repensemos as categorias de gêneros, tradicionalmente tidos como “literários” e  “não-literários”.

Na época da formação de nossa literatura nacional, isto é, sua consolidação a partir do Romantismo, alguns escritores começaram o exercício aparentemente despretensioso de narrar suas próprias vidas. O século XX já encontrou a nossa literatura forjada e é, justamente, na vigência da modernidade que o gênero autobiográfico alcança realizações exitosas. Meu ponto de partida será o aporte teórico que fundamenta as narrativas autobiográficas para,  em seguida, tratar da ascensão das mesmas no panorama da literatura brasileira contemporânea. Graciliano Ramos, Erico Veríssimo, Manuel Bandeira, Murilo Mendes e Carlos Drummond de Andrade são alguns dos nomes consagrados que praticaram esse tipo de escritura, consolidando-a no seu estrato literário. Na produção autobiográfica desses escritores encontraremos procedimentos altamente inventivos compatíveis com as suas chamadas produções ficcionais estrito senso. 

 

Os elementos da engrenagem autobiográfica

A criação, de Edward Wilson

pode não parecer, mas é imprescindível ler de tudo. tudo mesmo! recentemente, neste período desagradabilíssimo de greve forçada, li "A criação", do biólogo Edward Wilson. já havia lido "Da natureza humana", muito interessante. neste volume, o autor faz uma defesa eloqüente da diversidade da vida e da necessidade de preservar esta diversidade. para mim, além dos dados científicos e dos argumentos biológicos para a manutenção da vida (não especificamente a humana...) no planeta, o interessante mesmo está no pedido de ajuda às religiões - com o artifício da carta, ou seja, o texto mesmo é a simulação de uma carta para um pastor. enfim, a "esperança é a última que morre"! (é que as religiões gostam tanto de guerras, de genocídios, de poderes...)

Ô gente porca!!


todos meus amigos sabem que não sou da turma dos eco-chatos; como carne vermelha, acho a dieta vegetariana muito sem graça, não gosto de sushi, sou favorável à castração dos cães e gatos que vivem abandonados nas ruas, e também dos estupradores; tenho nojo do papo dos policamente corretos. gosto da idéia da preservação dos ambientes que estão em risco, acho que a vida humana é apenas um detalhe na diversidade imensa que habita este planeta. posso garantir que não sou intransigente, nem com idéias nem com pessoas. respeito a individualidade, especialmente a minha. sobre a espécie homo sapiens, pra mim nem toda é sapiens. de um modo geral já aprendi a ser condescendente com alguns exemplares. 
mas toda paciência tem limites. ontem e anteontem (domingo e sábado) o dia foi espetacular, pedia uma caminhada na praia. acho mesmo que muita gente optou por este programa. não foi o meu caso, fui à praia hoje pela manhã para minha caminhada. e que coisa horrorosa! que gente porca essa que invade a praia e larga seu lixo pelas areias! não me afeta em nada que essa gente goste de chafurdar na sujeira, mas daí a impor sua pocilga aos outros, isso já é demais!
 não espero que compreendam as razões da ecologia (estes espécimes não são "sapiens", quando muito são "intestinalis"), nem mesmo que tenham uma visão ecomômica para o turismo (turista não gosta de ver sujeira). não, não sou dadas às ilusões altruístas. pra mim, são gente porca, burra, patologicamente egoístas, e sofrem, é claro, de total falta de respeito à vida, qualquer que seja a vida, desde um pássaro que habita esta costa até uma pessoa que, como eu, queria apenas caminhar na praia.