sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

livro das horas, nélida piñon



ganhei este livro do meu amigo carlos. fiquei emocionada. o curioso, e que ele não sabia, é que ano passado, com a turma do doutorado, utilizei o "coração andarilho", da mesma autora, e publicado anteriormente como sua autobiografia. na leitura que fizemos, meus alunos e eu, trata-se de bom livro, mas carente de uma força maior que o distinguisse desta maré autobiográfica que tem tomado conta dos escritores e da crítica literária. a verdade, por mais difícil que seja, é que a maioria das autobiografias publicadas recentemente não têm absolutamente nada a dizer. na maioria dos casos, são apenas exercícios de um pseudo-virtualismo estético. que lástima, mas é isso mesmo. a palavra autobiográfica necessita não apenas de forma, mas também de assunto de fato interessante. ou seja, o autobiógrafo deve ter 'vida no lombo' e sabedoria para transformar a experiência vivida em algo a ser efetivamente partilhado, usando pra isso o seu gênio literário. parece fácil dito assim, mas esta é a diferença entre o corriqueiro e o artístico.
pois comecei a ler "livro das horas" sem muitas expectativas; imaginei que este seguiria na mesma linha "tradicional" de "coração andarilho". que maravilha! eu fui pega de surpresa, porque este sim é uma delícia de ler! tem forma inovadora e muito a contar. na minha opinião, é exatamente isto que falta à literatura atual: ter o que narrar.
  

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